14.4.15

A naturalidade do Kamae

Eu tenho um hábito que pode parecer engraçado. Quase sempre que ando de metrô, gosto de testar minha base, meu equilíbrio e ontem, particularmente, notei uma coisa muito curiosa.

Eu me coloquei em kamae - também conhecido como hanmi - a postura do Aikido em que nossos pés se posicionam triangularmente. Fiquei assim, jogando meu peso para meus quadris/joelhos flexionados e pés sem encostar em nada e testando como eu lidava com o movimento do metrô.

um aluno do Tatamito em kamae

detalhe do posicionamento dos pés no Kamae 

Daí, comecei a reparar nas outras pessoas. A maioria se apoiava em seus braços/mãos, se dependurando nas barras de metal. Mas havia 2 pessoas como eu: sem usar o apoio superior do corpo.

Era um homem e uma mulher. Quando comecei a observá-los notei que ambos tinham os pés paralelos e voltando a frente do corpo perpendicularmente ao movimento do trem . Mas depois de um tempo, notei que a mulher, que estava mais próxima de mim, começou a mexer os pés. Primeiro ela deixou de ficar de lado em direção ao movimento do trem para se colocar junto ao movimento. Colocou assim, um pé na frente do outro. Achei curioso e fiquei observando como ela foi adaptando a posição dos pés e voilá: colocou-se naturalmente em kamae!
O outro manteve-se o tempo todo com a frente do corpo perpendicularmente ao movimento do trem, com os pés em uma unica linha paralela e bastante cambaleante durante o percurso.

Para mim, isso é uma evidência que os ensinamentos do Aikido podem ser postos em prática em nossas vidas e fazem muito sentido. Esse é um exemplo de um sentido físico, mas existem também todas as correlações possíveis nos aspectos de relacionamentos interpessoais - para citar apenas um exemplo - das aplicações do Aikido Corpo-Ki no cotidiano que procuramos explorar aqui no Tatamito.

à esquerda, o passageiro com os pés paralelos, e à direita, a passageira buscando o kamae (ela achou: o pé de trás ficou mais virado para fora mas eu não consegui tirar a foto discretamente....)





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