12.12.14

Homenagem a Manoel de Barros

Estava casualmente folheando um livro de Manoel de Barros e minha filha me perguntou quando ele havia nascido. O Google que me disse: 1916. E ainda me contou que ele se foi há apenas quase um mês.

"Repetir, repetir - até ficar diferente.
Repetir é um dom de estilo"


Repetir os movimentos e descobrir, nas suas diferenças, sua profundidade. Isso é também a prática do Aikido Corpo-Ki. Cada corpo que se apresenta como uke e nos permite dar um passo adiante no autoconhecimento, deflagra essa diferença -  que é do outro e nossa. É dessa relação, que se estabelece no contato, e que advém a pesquisa que nunca se encerra e, por isso mesmo, é tão instigante.

Manoel de Barros, poeta atento à sensibilidade dos sentidos mesclados :

"No começo era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá onde a
criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não funciona
para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um verbo, ele
delira.
E pois,
Em poesia que é voz de poeta, que é voz de fazer
nascimentos -
O verbo tem que pegar delírio."

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